sábado, 27 de setembro de 2014

ESPECIAL MÚSICAS DO MUNDO

Especial músicas do mundo... 
(Inteiramente dedicado ao músico, cantor, compositor e poeta português, 
José Mário Branco)

PRÉMIO «TENCO» 
(Mais que merecido, só peca por tardio)
José Mário Branco

Aos 72 anos, o cantautor português José Mário Branco vai ser distinguido em Itália com o Prémio Tenco 2014, atribuído pelo Clube Tenco, que homenageia todos os anos o cantor Luigi Tenco, falecido em 1968.

«Esta distinção pretende destacar a carreira do cantautor português e a contribuição que a sua obra e activismo tiveram no desenvolvimento das artes e da sociedade», explica em comunicado a promotora de José Mário Branco.

O músico português irá receber o prémio no próximo dia 2 de Outubro, em San Remo, em Itália, e irá ainda fazer parte do espectáculo musical a realizar no Teatro Del Casino. Nessa actuação, José Mário Branco contará com a participação e colaboração da cantora grega Maria Farantouri, do grupo checo Plastic People Of Universe e do nativo-americano John Trudell.

No passado, outros artistas portugueses foram distinguidos com o mesmo galardão: em 1995, Sérgio Godinho, e em 2004, Dulce Pontes. Entre os nomes internacionais, encontramos Vinicius de Moraes, Jacques Brel, Leonard Cohen, Tom Waits ou Caetano Veloso.
Fonte: MSN

José Mário Branco
Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

JOSÉ MÁRIO BRANCO
«Abertura - (Gare de Austerlitz)»
Abertura (Gare D'austerlitz) by José Mário Branco on Grooveshark
Poet'anarquista

JOSÉ MÁRIO BRANCO
«Por Terras de França»
Por_Terras_de_Franca by jose_mario_branco on Grooveshark
Poet'anarquista

POR TERRAS DE FRANÇA

Vou andando por terras de França
pela viela da esperança
sempre de mudança
tirando o meu salário

Enquanto o fidalgo enche a pança
o Zé Povinho não descansa
Há sempre uma França
Brasil do operário

Não foi por vontade nem por gosto
que deixei a minha terra
Entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé

Vamos indo por terras de França
nossa miragem de abastança
sempre de mudança
roendo a nossa grade

Quando vai o gado prà matança
ao cabo da boa-esperança
Bolas prà bonança
e viva a tempestade

Não foi por vontade nem por gosto …

           Vamos indo por terras de França            
com a pobreza na lembrança
sempre de mudança
com olhos espantados

Canta o galo e a governança
a tesourinha e a finança
e os cães de faiança
ladrando a finados

Não foi por vontade nem por gosto …

Vamos indo por terras de França
trocando a sorte pela chança
sempre de mudança
suando o pé de meia

Com a alocação e a segurança
com sindicato e com vacança
Há sempre uma França
Numa folha de peia

Não foi por vontade nem por gosto …

José Mário Branco

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