Mote de António Aleixo
Décimas por Matias José
MOTE
Enquanto o homem pensar
que vale mais que outro homem,
são como os cães a ladrar,
não deixam comer, nem comem.
António Aleixo
GLOSAS
Nascemos como iguais,
Morremos d’igual forma…
Ninguém se conforma,
Todos querem um pouco mais.
A maldade é demais
Tudo vale pra enganar,
Se for preciso ludibriar
O amigo ou irmão…
Não vislumbro solução
Enquanto o homem pensar!
Aos poucos se revela
O ser ganancioso,
Torna-se invejoso
Espreitando da janela.
O mundo desnivela
E entra em desordem,
Não tem quem ponha ordem
Nesta triste realidade…
Há quem julgue de verdade
Que vale mais que outro homem!
O poder sobe à cabeça
A mais de cem à hora…
Não perde por demora,
Ou coisa que se pareça.
A fome não interessa
Que esteja a matar,
Eu tenho pra me saciar
Quero lá disso saber…
Certos homens a comer
São como os cães a ladrar!
Triste raça humana
Que não quer repartir,
Nem o pão dividir
Nos sete dias da semana.
Tem gente que se ufana
E por migalhas, até mordem,
Os que não concordem
Metam na borda do prato…
Alguns homens de facto,
Não deixam comer, nem comem!!
Matias José
1 comentário:
Mote e glosas...
Tiro o chapéu!
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