O pintor de origem polaca Balthasar Klossowski, de pseudónimo Balthus, nasceu em Paris, França, a 29 de Fevereiro de 1908. Foi um artista que sempre rejeitou todas as convenções do mundo da arte, insistindo na tese que as suas pinturas deveriam ser observadas e não lidas. Resistiu sempre à tentação de elaborar um perfil biográfico. Balthasar Klossowski veio a falecer em Rossinière, Suiça, a 18 de Fevereiro de 2001.
Poet'anarquista
Auto-Retrato
Balthus
REGISTO BIOGRÁFICO
Balthus é o nome como é mais conhecido o Conde Balthazar
Klossowski de Rola. Estava pertíssimo de completar 93 anos quando morreu na
Suíça, em sua casa no povoado de Rossinière. Balthus nasceu em Paris, filho de
família abastada e aristocrática, no ano de 1908.
Era a história viva do que habitualmente chamamos de “belle
époque” francesa. Foi uma vida inteiramente submersa no mundo da arte, até
mesmo pela convivência com outras pessoas. Pablo Picasso foi um dos seus amigos
mais chegados. Conviveu também com Henry Matisse e Juan Miró. Na verdade, viveu
cercado de artistas e intelectuais desde a infância.
Apesar de nascido em Paris, era de origem polonesa, filho de
um historiador e uma aguarelista. O pendor pela arte vem do berço.
Recebeu educação esmerada mas foi um autodidacta como
artista. Aprendeu indo aos museus e igrejas e fazendo cópias, antes de
assumir um estilo próprio. Casou com uma japonesa de nome Setsuko Ideta,
que o acompanhou até a morte e com isso foi misturando em sua biografia mais
nomes que para nós, brasileiros, parecem complicados. No início da
adolescência, teve um gato chamado Mitsou, que desapareceu misteriosamente.
Sobre esse tema fez 40 desenhos que foram publicados. Eram desenhos
inocentes, de uma quase criança, mas já apresentavam a tristeza e a solidão que
caracteriza toda a obra do artista.
Depois migrou para a pintura de ninfetas, sempre buscando
uma sensualidade bem explícita, um erotismo declarado mas sempre mesclado com
um ambiente de solidão e tristeza. As meninas, no frescor da juventude e
da sensualidade recém-desperta, contrastam visivelmente com ambientes lúgubres,
de mobílias antigas, cortinas pesadas e cores fechadas. A presença de gatos é
também uma constante, significando talvez um lado inocente que o Conde Balthazar
Klossowski de Rola sempre fez contracenar com o pensamento erótico, até para
dar-lhe mais ênfase.
Para fortalecer mais ainda o erotismo, o artista frequentemente
colocava um único ponto de luz na cena, fazendo incidir essa luz exactamente nas
partes mais sensuais da criança/menina/mulher, como coxas e seios. A
intenção é simplesmente declarada e mostra um certo espírito pedófilo que
incomoda.
O artista tinha também uma certa fixação por espelhos e
sobre toda a fantasia do que eles representam, como passagem para um outro
mundo. Os espelhos serviam para mostrar uma mirada sobre si mesmo que
ultrapassava as dimensões conhecidas e levavam a um ambiente inexistente além
do campo da imaginação.
O Conde Balthazar Klossowski de Rola, ou simplesmente
Balthus, não foi um artista da perfeição. Suas pinturas pecam nas proporções e
contornos, escorregam na escolha de cores apropriadas e enganam-se nas
perspectivas com relativa frequência mas conseguem, apesar disso, um efeito
emocional poderoso. O despertar da sexualidade é retratado com uma
mistura de inocência e provocação consciente. Os gestos das meninas são
propositados, a incidência da luz na abertura das pernas é uma atitude estudada
e propositada. O resultado é forte.
Balthus não foi um pintor muito fértil. Ao longo da vida de
quase 93 anos – morreu 10 dias antes de completá-los – deixou 300 quadros
concluídos. Se considerarmos uma vida útil dos 15 aos 90 anos, teremos uma
média de 4 quadros por ano, o que não é muito.
Fonte: http://lucianocortopassipordentrodapintura.blogspot.com
Nu com Gato
Balthus
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O Gato no Espelho
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Balthus
PINTURA, DESENHO E AGUARELA
BALTHUS
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