sexta-feira, 26 de setembro de 2014

OUTROS CONTOS

«Nocturno», conto poético por T. S. Eliot.

«Nocturno»
Romeu e Julieta/ Pintura de Madox Brown 

280- «NOCTURNO»

Romeu, sério, chato e de chapéu
Na mão, frente ao portão com Julieta,
Conversa sobre amor — a Lua no céu,
Seu tédio, suas regras de etiqueta —,

Mas banalmente, coisa bem discreta,
Sem dar a mínima para o escarcéu
Do destino, enquanto, atrás da maçaneta...
Um golpe, um baque, outro baque, um réu!

O sangue até que cai bem no luar —
O herói ri; e assim, bem obliquamente,
Rola sobre a lua um íntimo olhar

(Nada de “Até depois” ou “Para sempre”)
E as moças, que se acabam de chorar,
Dizem: “Que clímax é esse, minha gente!”

T. S. Eliot

2 comentários:

Anónimo disse...

Curioso, não conhecia nenhum soneto de T.S.Eliot. Obrigado pela partilha, caro poet'anarquista.

Camões disse...

T. S. Eliot era um jovem escritor quando escreveu este soneto.

Cumprimentos