No dia 22 de Abril de 1984, António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido no meio artístico por António Variações, dava o último concerto da sua carreira na aldeia de Viatodos, concelho de Barcelos, durante as festas da «Isabelinha». Viria a falecer dias mais tarde, a 13 de Junho, apenas com 39 anos. Cantor e compositor do início dos anos 80, teve grande influência na música portuguesa nas décadas que se seguiram à sua morte prematura. A propósito do nome Variações, explicou um dia em entrevista o porquê: «Variações é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade. Aquilo que canto é heterogéneo. Não quero enveredar por um estilo. Não sou limitado. Tenho a preocupação de fazer coisas de vários estilos.»
Poet'anarquista
António Variações
Cantor e Compositor Português
BIOGRAFIA
António Joaquim Rodrigues Ribeiro nasce em Fiscal, pequena aldeia do concelho de Amares, Braga a 3 de Dezembro de 1944. O quinto dos dez filhos de Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro, António faz os seus estudos na escola local, ajudando no resto do tempo os pais no campo. Mas a paixão pela música demonstrada desde tenra idade fá-lo-á esquecer muitas vezes os trabalhos da lavoura em favor das romarias e folclore locais.
Aos 11 anos, terminada a instrução primária, experimenta o primeiro ofício em Caldelas. « Ia fazer quinquilharias, mas passado pouco tempo desistiu», contará a mãe já em 1988, à Imprensa. Mal completa 12 anos abandona a terra natal rumo a Lisboa. Vem para ser marçano, mas acabará por trabalhar num escritório. A tropa fá-la em Angola, mas sem antes pedir à mãe que lhe acenda uma vela a Santo António para protecção. Regressa são e salvo. Mas logo volta a partir, desta feita para Londres, onde permanece um ano a lavar pratos num colégio.
Em 1976 regressa, de novo por pouco tempo. O próximo destino será Amesterdão, onde fica mais um ano e aprende o ofício de cabeleireiro.
Já em Lisboa, dedica-se de dia ao ofício, e à noite à sua paixão pela música, dando espectáculos com um grupo de músicos intitulado " Variações ". E começa então a ser notado pelo seu visual excêntrico e personalizado, com base nas cores e formas originais e em alguns elementos de adorno, como por exemplo os brincos.
Em 1978 apresenta uma maqueta com algumas músicas à editora Valentim de Carvalho e nesse ano assina contrato. Mas terá de esperar quatro anos para poder gravar, porque entretanto Mário Martins e Nuno Rodrigues insistem para que grave, respectivamente folclore ou pop.
Os contactos com profissionais do mundo da música, seus clientes na barbearia, abrir-lhe-ão, entretanto as portas da notoriedade.
Em Fevereiro de 1981 surge pela primeira vez na televisão, no «Passeio dos Alegres» de Júlio Isidro, que o convidará para algumas emissões da «Febre de Sábado da Manhã» na Rádio Comercial.
Em Julho de 1982, já sob o nome António Variações, edita o seu primeiro single, um duplo lado A com «Povo Que Lavas No Rio», imortalizado por Amália Rodrigues, e «Estou Além», um inédito de sua autoria. Um ano depois sairá o primeiro LP «Anjo Da Guarda» que o transformará numa estrela popular à escala nacional.
Depois de inúmeros concertos na época estival, sobretudo em festas e romarias de aldeias e outras pequenas localidades, volta a entrar em estúdio. Entre 6 e 25 de Fevereiro de 1984 grava o segundo e último LP «Dar E Receber».
Em Abril aparece pela última vez em público no programa televisivo «A Festa Continua» de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco. Quando «Dar E Receber» é editado, semanas mais tarde, já António Variações se encontra internado no Hospital Pulido Valente devido a um problema brônquico-asmático. É já no hospital que ouvirá pela primeira vez na rádio as músicas de promoção do disco.
Debilitado pela doença que se agrava vertiginosamente, é transferido a pedido da família para a Clínica da Cruz Vermelha, onde virá a falecer a 13 de Junho de 1984.
Aos 11 anos, terminada a instrução primária, experimenta o primeiro ofício em Caldelas. « Ia fazer quinquilharias, mas passado pouco tempo desistiu», contará a mãe já em 1988, à Imprensa. Mal completa 12 anos abandona a terra natal rumo a Lisboa. Vem para ser marçano, mas acabará por trabalhar num escritório. A tropa fá-la em Angola, mas sem antes pedir à mãe que lhe acenda uma vela a Santo António para protecção. Regressa são e salvo. Mas logo volta a partir, desta feita para Londres, onde permanece um ano a lavar pratos num colégio.
Em 1976 regressa, de novo por pouco tempo. O próximo destino será Amesterdão, onde fica mais um ano e aprende o ofício de cabeleireiro.
Já em Lisboa, dedica-se de dia ao ofício, e à noite à sua paixão pela música, dando espectáculos com um grupo de músicos intitulado " Variações ". E começa então a ser notado pelo seu visual excêntrico e personalizado, com base nas cores e formas originais e em alguns elementos de adorno, como por exemplo os brincos.
Em 1978 apresenta uma maqueta com algumas músicas à editora Valentim de Carvalho e nesse ano assina contrato. Mas terá de esperar quatro anos para poder gravar, porque entretanto Mário Martins e Nuno Rodrigues insistem para que grave, respectivamente folclore ou pop.
Os contactos com profissionais do mundo da música, seus clientes na barbearia, abrir-lhe-ão, entretanto as portas da notoriedade.
Em Fevereiro de 1981 surge pela primeira vez na televisão, no «Passeio dos Alegres» de Júlio Isidro, que o convidará para algumas emissões da «Febre de Sábado da Manhã» na Rádio Comercial.
Em Julho de 1982, já sob o nome António Variações, edita o seu primeiro single, um duplo lado A com «Povo Que Lavas No Rio», imortalizado por Amália Rodrigues, e «Estou Além», um inédito de sua autoria. Um ano depois sairá o primeiro LP «Anjo Da Guarda» que o transformará numa estrela popular à escala nacional.
Depois de inúmeros concertos na época estival, sobretudo em festas e romarias de aldeias e outras pequenas localidades, volta a entrar em estúdio. Entre 6 e 25 de Fevereiro de 1984 grava o segundo e último LP «Dar E Receber».
Em Abril aparece pela última vez em público no programa televisivo «A Festa Continua» de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco. Quando «Dar E Receber» é editado, semanas mais tarde, já António Variações se encontra internado no Hospital Pulido Valente devido a um problema brônquico-asmático. É já no hospital que ouvirá pela primeira vez na rádio as músicas de promoção do disco.
Debilitado pela doença que se agrava vertiginosamente, é transferido a pedido da família para a Clínica da Cruz Vermelha, onde virá a falecer a 13 de Junho de 1984.
Fonte: citi.pt
«Canção do Engate»
António Variações
CANÇÃO DO ENGATE
António Variações
CANÇÃO DO ENGATE
Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
António Variações
Sem comentários:
Enviar um comentário