sábado, 1 de outubro de 2011

PINTURA - CARYBÉ

Hector Julio Páride Bernabó, ou simplesmente Carybé, nasceu em Lánus, Argentina, a 7 de Fevereiro de 1911. Este enorme artista plástico e pintor figurativo do séc. XX, de origem argentina e mais tarde naturalizado brasileiro, foi igualmente gravador, desenhista, ilustrador, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista. Carybé faleceu em São Salvador, a 1 de Outubro de 1997.
Poet'anarquista
Carybé
Pintor Argentino Naturalizado Brasileiro
BIOGRAFIA

Argentino naturalizado brasileiro, Hector Julio Páride Bernabó ficou internacionalmente conhecido como Carybé, um destacado artista plástico figurativo do século XX.

Nascido em 7 de fevereiro de 1911, na pequena cidade de Lanús, subúrbio de Buenos Aires, o pintor viveu em Génova e Roma (Itália) dos 6 meses aos 8 anos. Em 1919, veio morar no Brasil onde completou os estudos secundários no Rio de Janeiro e estudou na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1927, regressou para a Argentina, onde trabalhou em diversos jornais, até que o periódico 'Prégon' o contratou para viajar por vários países fazendo e enviando desenhos e reportagens de onde passasse. Com isso, Carybé começou a ter contato com várias culturas e diferentes formas de expressão artística, que influenciaram o seu trabalho como pintor. Numa dessas viagens conheceu Salvador, onde começou a ter contacto com a cultura baiana.

Até meados dos anos 40, Carybé viveu entre vários países, mas sempre regressando ao Brasil. Neste período, trabalhou como ilustrador de obras literárias e traduziu o livro Macunaíma, de Mário de Andrade, para o espanhol. Em 1943, fez a sua primeira exposição individual e ilustrou o livro «Macumba, Relatos de la Tierra Verde», de Bernardo Kordan.

Em 1946, casou-se com Nancy, na província argentina de Salta, com quem teve dois filhos, o artista plástico Ramiro e a bióloga Solange. Após várias viagens para Salvador, em 1950 foi morar definitivamente na capital baiana, onde, através de uma carta de recomendação de Rubem Braga, foi contratado para fazer murais em prédios e obras públicas.

Durante os quase 50 anos em que viveu na Bahia, Carybé desenvolveu uma profunda relação com a cultura e com os artistas de Salvador. As manifestações culturais locais, como o candomblé, a capoeira e o samba de roda, passaram a marcar a sua obra. Ao lado de outros artistas plásticos, como Jenner Augusto, Mário Cravo e Genaro de Carvalho, participou activamente do movimento de renovação das artes plásticas no Estado.

Bastante eclético, Carybé experimentou ao longo de sua vida grande parte das técnicas artísticas conhecidas, como aquarelas, desenhos, esculturas, talhas, cerâmicas, entre outros. Além desses trabalhos, destacou-se também na criação de diversos murais pelo mundo, entre eles, um no Aeroporto de Nova York.

Em 1957, o artista naturalizou-se brasileiro. Entre os seus grandes amigos no país, destacou-se o escritor Jorge Amado, que escreveu, em sua homenagem, «O Capeta Carybé». Na obra, o artista foi definido como «feito de enganos, confusões, histórias absurdas, aparentes contradições, e, ao mesmo tempo, é a própria simplicidade». Carybé fez desenhos em inúmeras obras de Amado, além de ilustrar trabalhos para livros de outros autores de grande expressão, como Mário de Andrade, Gabriel García Márquez e Pierre Verger.

O artista também escreveu livros como «Olha o Boi» e foi co-autor da obra «Bahia, Boa Terra Bahia», com Jorge Amado. Em 1981, após 30 anos de pesquisa, publicou a Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia. Realizou também roteiros gráficos, direcção artística e figurinos para teatro e cinema.

Por quase toda a sua vida, o pintor acreditou que o seu apelido Carybé provinha de um pássaro da fauna brasileira. Somente muitos anos depois, através do amigo Rubem Braga, descobriu que a sua alcunha significava «mingau ralo», o que lhe rendeu diversas brincadeiras.

Frequentador do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, Carybé morreu aos 86 anos, no dia 1° de Outubro de 1997, em Salvador, durante uma cerimónia no próprio terreiro. O artista deixou como legado mais de 5.000 trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços.
Fonte: UOLEducação
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