Camões na Gruta de Macau
Pintura de Francisco Metrass
A GRUTA DE CAMÕES
[Lenda Poética]
No desterro de Macau, (sina ingrata!)
Vítima de inimizades em Portugal,
É obrigado a abandonar esse local
E feito prisioneiro na Nau de Prata.
A gruta de Patane então abandona
(Musa inspiradora dos seus sonhos)
Na esperança de dias mais risonhos,
Quando o capitão da Nau o questiona:
- Que levais enrolado em vossa mão?
- Este tesouro, meu único pertence…
Os Lusíadas!... que a morte não vence
A Epopeia de uma grande Nação!
Triste, diz adeus à gruta que o acolhia
Quando nativa de Patane decide falar,
Indagando sobre a tristeza do seu olhar…
Era a bela Tin-Nam-Men que o conhecia!
Tin-Nam-Men, (Porta da Terra do Sul -
Ou Porta do Paraíso assim chamada)
Por Camões se encontrava apaixonada,
Essa beleza d’olhos claros, de céu azul!
Na famosa Nau com o poeta embarca
E, entre ambos, acontece caso d’amor…
Mas um naufrágio havia de trazer dor
Separados que foram por uma barca.
De braço erguido, Lusíadas na mão,
Camões salva-se nadando até terra;
Pra Tin-Nam-Men a vida se encerra
Nesse mar onde repousa a paixão.
Bela Dinamene… (assim lhe chamaste)
E a ela, em dois sonetos te referiste:
«Alma minha gentil, que te partiste...»
«Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste».
Matias José
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