«Sinto às Vezes»
Soneto de António Corrêa d’Oliveira
739- «SINTO ÀS VEZES»
Sinto às vezes, tão negro abatimento,
Tão funda noite de alma, que parece
Que tudo se perturba e desfalece
Num fundo universal de pensamento.
E sofro. E choro; e logo cobro alento,
Como se em minhas lágrimas bebesse
O génio da revolta a que estremece
A terra do seu próprio fundamento.
Arde na treva a minha voz erguida;
- Acaso existe Deus? Aonde? Aonde?
Qual o sentido, a perfeição da vida? –
Cai um silêncio exânime do céu…
Mas eis que deste mundo me responde
Teu coração, batendo junto ao meu.
António Corrêa d'Oliveira
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