terça-feira, 10 de maio de 2016

OUTROS CONTOS

«A Flor que havia na Água Parada», conto poético por Maria Judite de Carvalho.

«A Flor que havia na Água Parada»
Poema de Maria Judite de Carvalho

788- «A FLOR QUE HAVIA NA ÁGUA PARADA»

Antes este veio
descia sem pressa
não era tão frio
como hoje parece.

Era um rio quente
sem fundo nem fim
ausente-presente
bem dentro de mim.

Quase que parado
via-o eu às vezes
em dia feriado
de seis em seis meses.

Os barcos quietos
boiavam, luziam,
fechados, secretos,
e logo seguiam.

Os velhos, fumando,
olhavam, sem ver,
o rio passando 
sem nunca correr.

A virgem tranquila,
terrena, bisonha,
mete os pés na argila,
olha a água e sonha.

Maria Judite de Carvalho

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