segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

LITERATURA

Aniversariante José Américo de Almeida, nasceu em Areia a 10 de Janeiro de 1887 e faleceu em João Pessoa a 10 de Março de 1980. Foi um  escritor brasileiro de romance, ensaio, poesia e crónica, assim como político, advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo.
Poet'anarquista
José Américo de Almeida
Escritor Brasileiro

José Américo de Almeida  
Formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1908, tendo sido promotor público da comarca do Recife, promotor público da comarca de Sousa na Paraíba, procurador geral do estado da Paraíba aos vinte e quatro anos de idade, secretário de governo, deputado federal, interventor, ministro da Viação e Obras Públicas nos dois governos de Getúlio Vargas, senador, ministro do Tribunal de Contas da União, governador da Paraíba, fundador da Universidade Federal da Paraíba e seu primeiro reitor. Américo chegou a ser pré-candidato à Presidência da República, apoiado por Vargas para as eleições de 1938, porém as mesmas não aconteceram, em razão do golpe dado por Getúlio em 1937, que deu início à ditadura do Estado Novo.
Destacou-se no cenário nacional com a publicação de A bagaceira (1928), romance inaugural do chamado Romance de 30.
Documentário
O documentário "O Homem de Areia" (1981) de Vladimir Carvalho, conta a trajectória de vida de José Américo de Almeida. Pouco depois do início, Jorge Amado e sua esposa aparecem e homenageiam José Américo e a sua obra "A Bagaceira". Amado diz que se não tivesse lido o livro de José Américo, não teria escrito Cacau.
José Américo concede uma longa entrevista na qual responde a perguntas sobre momentos históricos da política do país que testemunhou e protagonizou, iniciando com a crise na Paraíba que culminou com o assassinato de João Pessoa. Afirma que, como político, não era eficiente no dia-a-dia dos governos, mas era capaz de arregimentar e aglutinar as massas com os seus discursos em praça pública. Cita a frase de sua autoria "Vamos fazer a política dos pobres, pois a dos ricos já está feita". O escritor Ariano Suassuna aparece em breve depoimento comentando os factos narrados por José Américo (de quem era adversário político) nas suas memórias sobre João Dantas (que assassinou João Pessoa). José Américo também fala sobre Luis Carlos Prestes. Disse que a Coluna Prestes só fazia inimigos por onde passou no Nordeste, em função de constantemente praticarem roubos de bens das populações mais desprotegidas. Dizia que se fossem fazer a revolução, "que não roubassem cavalos!".
Outra personalidade com quem o escritor conviveu foi Getúlio Vargas. Depois de chegar ao poder após a Revolução de 1930, José Américo sofreu um golpe de Getúlio ao ter a sua candidatura ao Governo em 1937 impedida pela instalação do Estado Novo. Em 1945, José Américo deu uma entrevista em favor da liberdade de imprensa e com a repercussão da mesma, refere que Getúlio achou que ele contasse com uma grande força por trás, o que teria favorecido a saída do governo do ditador pouco tempo depois. Em 1954, José Américo, que tinha reatado com Getúlio e assumira um ministério, era favorável à renúncia, quando recebeu a notícia do suicídio do Presidente. Já nos anos finais da vida, quando se falava em Abertura Política, José Américo é indagado sobre a Reforma Agrária e a distribuição das terras banhadas pelos açudes. Construções, aliás, sobre os quais se dizia que só beneficiavam as terras dos grandes proprietários nordestinos.
Foi o quinto ocupante da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras, tendo sido eleito em 27 de outubro de 1966, na sucessão de Maurício Campos de Medeiros, e recebido pelo académico Alceu Amoroso Lima em 28 de junho de 1967.
Fonte: Wikipédia
"MEU RASTRO"
Poema de José Américo de Almeida
MEU RASTRO


"A areia marcou meus pés
Voltei-me contente e vi.
Mar volúvel, por quem és,
Não subas até aqui.

Peço-te: em tua viagem,
Nesse teu  doido vaivém,
Não apagues essa passagem,
Pelo valor que ela tem.

Andar é tudo que faço
Nesta praia, nesta areia,
E depois olhar meu traço.
Até  vir a maré cheia.

Já escrevi minha história,
Já fui trunfo, já fui astro
E hoje minha trajectória
É simplesmente esse rastro".


José Américo de Almeida


"A REDE"
Poema de José Américo de Almeida

A  REDE


"A rede que me balança                                           
E me levanta no ar
É minha última esperança,
Porque me ensina a voar.

E a deitar-me me convida,
Oferecendo-me um sonho,
Outro mundo, uma outra vida,
Um minuto mais risonho.

Se a casa não dá um pio,
Gritam os dois armadores,
Cantam o seu desafio
Os dois irmãos cantadores.

Como se fosse de  mola,
Vira a rede, se me viro.
E o corpo todo me enrola
E murcha,. se me retiro."


José Américo de Almeida

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