terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

LITERATURA - JULES VERNE

O escritor ficcionista Jules Verne nasceu em Nantes, França, a 8 de Fevereiro de 1828. Foi considerado pelos críticos literários como o grande impulsionador do género de ficção científica. Os seus livros falam do aparecimento de novas tecnologias e avanços científicos, o que veio a verificar-se alguns anos mais tarde.
Poet'anarquista
Jules Verne
Escritor Francês
BIOGRAFIA

Jules Verne passou a infância com os pais e irmãos, na cidade francesa de Nantes e na casa de verão da família. A proximidade do porto e das docas constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com nove anos foi mandado para o colégio com o seu irmão Paul. Mais tarde, seu pai, com a esperança de que o filho seguisse a sua carreira de advogado, enviou o jovem Júlio para Paris, a fim de estudar Direito. Ali começou interessar-se mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio financeiro, o que o levou a trabalhar como corretor de acções, o que teve como propósito lhe garantir alguma estabilidade financeira. Foi quando conheceu uma viúva com duas filhas chamada Honorine de Viane Morel, com quem se casou em 1857 e teve em 1861 um filho chamado Michel Jean Pierre Verne. Durante esse período conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.

A carreira literária de Jules Verne começou a se destacar quando se associou a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.
Hetzel publicou a primeira grande novela de sucesso de Jules Verne em 1862, o relato da viagem a África em balão, intitulado Cinco semanas num balão. Essa história continha detalhes tão minuciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores perguntavam se era ficção ou um relato verídico. Na verdade, Jules Verne nunca havia estado num balão ou viajado a África. Toda a informação sobre a história veio da sua imaginação e capacidade de pesquisa.

Hetzel apresentou Verne a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea e balonismo, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Verne ao seu círculo de amigos cientistas, de cujas conversações o autor provavelmente tirou algumas das suas ideias.

O sucesso de Cinco semanas num balão rendeu-lhe fama e dinheiro. A sua produção literária seguia em ritmo acelerado. Quase todos os anos Hetzel publicava novo livro de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre eles se encontram: Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao centro da terra, A volta ao mundo em oitenta dias, Da terra à lua , Robur - o conquistador.

O seu último livro publicado foi Paris no século XX. Escrito em 1863, somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado pelo bisneto de Verne. Livro de conteúdo depressivo, foi rejeitado por Hetzel, que recomendou Verne a não publicá-lo na época, por fugir à fórmula de sucesso dos livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias. Verne seguiu o seu conselho e guardou o manuscrito num cofre, só sendo encontrado mais de um século depois.

Até hoje Jules Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 100 livros.

Michel, seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do pai. Jules Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, numa viagem de instrução num navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se corrigiu e acabou por casar com uma actriz, contra a vontade do pai, tendo com ela dois filhos.

Em 9 de Março de 1886, seu sobrinho Gaston deu dois tiros contra o autor, quando este chegava em casa na cidade de Amiens. Um dos tiros atingiu-o no ombro e demorou a cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado, mas ele foi considerado louco e internado num manicómio até ao final da vida. Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade.

Neste mesmo ano, morria o editor Pierre Hetzel, grande amigo de Júlio Verne, facto que o deixou muito abalado.

Nos últimos anos, Verne escreveu muitos livros sobre o uso erróneo da tecnologia e os seus impactos ambientais, a sua principal preocupação naquela época. Continuou a sua obra até a sua morte em 24 de Março de 1905. O seu filho Michel editou os seus trabalhos incompletos e escreveu ele mesmo alguns capítulos que estavam faltando, quando da morte do pai.
Fonte: Wikipédia
«Capa das Edições Hetzel»
Jules Verne

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