quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

BERTOLD BRECHT - POETA E DRAMATURGO

Faz hoje cerca de um ano que fiz publicação no Poet'anarquista  (10 de Março de 2010), com o título «Poeta e Dramaturgo», sobre vida e obra de Eugen Berthold Friedrich Brecht, conhecido como Bertold Brecht. Cidadão alemão, nasceu a 10 de Fevereiro de 1898 em Augsburgo, e faleceu a 14 de Agosto de 1956 em Berlim Oriental. Os seus trabalhos influenciaram profundamente a poesia e o teatro contemporâneo, interagindo com o público para estimular o pensamento crítico dos leitores e espectadores. Novamente lhe presto homenagem pela genialidade do seu pensamento crítico!
Poet'anarquista
Berthold Brecht
Poeta e Dramaturgo Alemão
BIOGRAFIA

Eugen Berthold Friedrich Brecht é um dos autores alemães mais importantes do século XX, especialmente nas suas facetas de dramaturgo e de poeta. De formação marxista, Bertolt Brecht (seu nome artístico) dava grande importância à dimensão pedagógica das suas obras de teatro: contrário à passividade do espectador, sua intenção era formar e estimular o pensamento crítico do público. Para isso, servia-se de efeitos de distanciamento, como máscaras, entre-actos musicais ou painéis nos quais se comentava a acção. Brecht expôs em escritos de caráter teórico e encenações modelares essa nova forma de entender o teatro. 

O reconhecimento de sua genialidade chegou muito depressa: em 1922, foi concedido ao jovem Brecht o prémio Kleist por Tambores da Noite. No entanto, no princípio dedicou-se à assessoria artística, trabalhando, por exemplo, para o Teatro Alemão de Berlim, de Max Reinhard, entre 1924 e 1926. Brecht consolidou-se como escritor independente logo após os musicais Ópera dos Três Vinténs (1928) – que bem mais tarde inspiraria a Ópera do Malandro, do brasileiro Chico Buarque de Holanda – e Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1930), escritos em colaboração com o compositor Kurt Weil. A crítica social contida nessas obras e o seu humor cínico causaram escândalo na República de Weimar alemã. 

A ascensão ao poder dos nazistas marcou o início de uma longa odisseia para Brecht, que, no final, o conduziu à Califórnia, onde permaneceu até ao final da guerra e onde escreveu muitas das suas famosas obras teatrais: Galileu Galilei (1938), que aborda a responsabilidade da ciência, dando três pontos de vista distintos nas suas três versões; a peça antibelicista Mãe Coragem (1939); A Boa Pessoa de Setzuan (1941). Em colaboração com Lion Feuchtwanger, em As Visões de Simone Machard, transportou para a época da Segunda Guerra Mundial o mito de Joana d´Arc, personagem que já tinha abordado em 1930 em Santa Joana dos Matadouros, que só estreou em 1959. A obra contra Hitler, A Ascensão Irresistível de Arturo Ui, escrita no exílio na Finlândia, em 1941, só estreou depois da morte de Brecht. Após o regresso à Alemanha Oriental, fundou –- e, a partir de 1949, dirigiu, conjuntamente com sua mulher –- o Berliner Ensemble, onde se encenavam principalmente as suas obras. 

Tal como as peças de teatro, a obra lírica de Brecht, publicada em quatro colecções, contém uma importante carga de crítica política e de ironia, embora também tenha composto poemas de amor muito pessoais. São especialmente conhecidas as Histórias do Sr. Keuner, colecção de breves episódios, que escreveu desde 1930 até a sua morte e foi publicada em 1958.
Fonte: NETSABER

HÁ HOMENS QUE LUTAM UM DIA, E SÃO BONS

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis


Bertold Brecht

NADA É IMPOSSÍVEL MUDAR

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertold Brecht

DO RIO QUE TUDO ARRASTA

Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem


Bertold Brecht
«O ANALFABETO POLÍTICO»

BERTOLD BRECHT

O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos:
O político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais

Bertold Brecht

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