Foi no dia 21 de Fevereiro de 1848 que Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o «Manifesto Comunista», também conhecido como o «Manifesto do Partido Comunista». Estas duas figuras incontornáveis do séc. XIX e as suas teorias filosóficas e científicas, iriam ter uma enorme repercussão no decorrer do séc. XX.
Poet'anarquistaKarl Marx e Friedrich Engels
Criadores do Socialismo Científico
BREVE HISTORIAL
Karl Marx foi um importante economista e filósofo alemão. Nasceu em Trier (Alemanha) a 5 de Maio de 1818, e faleceu em Londres (Inglaterra) a 14 de Março de 1883. Foi o criador do marxismo (socialismo científico) em parceria com o filósofo alemão Friedrich Engels.
Karl Marx era filho de um advogado judeu que se converteu ao luteranismo. Frequentou a Universidade de Direito de Bona mas acabou por se transferir para a Universidade de Berlim, a fim de cursar Filosofia, integrando nesta cidade o grupo dos Doktorklub, constiuído por jovens engelianos de esquerda, empenhando-se em tecer críticas em relação às ideias de Estado e de Religião.
Em 1841, com uma dissertação sobre Epicuro, licenciou-se, na Universidade de Iena, em Filosofia. As suas ideias radicais impediram-no de seguir a carreira de professor universitário, tendo aceite, em 1842, a direcção do jornal liberal Rheinische Zeitung. Nesta época, Karl Marx evolui de uma concepção humanístico-liberal para o socialismo comunista, sofrendo, então, a influência de Feuerbach.
Em 1843, foi viver para Paris, acompanhado da sua mulher Jenny von Westphalen. Nesta cidade, conjuntamente com Ruge, publicou Os Anais Franco-Alemães ( Deutsch-französische Jahrbücher), uma síntese do radicalismo filosófico alemão e da experiência democrática francesa.
Em 1845, expulso pelo governo de Guizot, desloca-se para Bruxelas. Engels, com quem travara conhecimento em Paris, ajuda-o financeiramente e acabam por realizar juntos uma viagem a Inglaterra. Karl Marx entra em contacto com a realidade económica inglesa e enceta, junto da Associação dos Operários Alemães radicados em Londres, cuja situação de exploração pelo patronato era degradante, uma tenaz luta de propaganda e de agitação, criando comissões de ligação com outras organizações operárias europeias.
Em 1845, expulso pelo governo de Guizot, desloca-se para Bruxelas. Engels, com quem travara conhecimento em Paris, ajuda-o financeiramente e acabam por realizar juntos uma viagem a Inglaterra. Karl Marx entra em contacto com a realidade económica inglesa e enceta, junto da Associação dos Operários Alemães radicados em Londres, cuja situação de exploração pelo patronato era degradante, uma tenaz luta de propaganda e de agitação, criando comissões de ligação com outras organizações operárias europeias.
Em 1847, a Liga dos Justos realiza um congresso em Londres. A divisa por estes proposta «Todos os homens são irmãos» é substituída, por influência de Karl Marx, em «Proletários de todos os países, uni-vos», já que, segundo ele próprio referenciou na altura, «existe uma infinidade de homens dos quais de maneira nenhuma me sinto irmão».
Em Fevereiro de 1848, publica, conjuntamente com Engels, o Manifesto do Partido Comunista. A 3 de Março do mesmo ano é expulso da Bélgica. Numa altura em que as agitações revolucionárias começavam a alastrar pela Alemanha, fixa residência na cidade de Colónia, onde passa a exercer o cargo de Director da Nova Gazeta (Neue Rheinische Zeitung). O triunfo da contra-revolução na Prússia obriga-o a deixar a Alemanha. Após breve passagem por Paris, é expulso pela polícia francesa. Resta-lhe refugiar-se em Londres e, mais tarde, em Manchester, onde, sem recursos, cai na mais profunda miséria.
Em 1863, uma pequena herança permite-lhe sobreviver.
Em 1867, publicou o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital.
Fonte: O Leme
BREVE HISTORIAL
Friedrich Engels foi um importante filósofo alemão. Nasceu em 28 de novembro de 1820, na cidade alemã de Wuppertal. Morreu em Londres, no dia 5 de agosto de 1895. Junto com o filósofo alemão Karl Marx, criou o marxismo (socialismo científico).
No ano de 1844, Engels escreveu a obra “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra” (publicado em 1845). Nesta obra, Engels analisou o capitalismo, apontando as injustiças sociais às quais eram submetidos os trabalhadores. Em 1844, também escreveu “As Origens da Família, da Propriedade Privada e do Estado”.
No ano de 1848, junto com Marx, publicou a obra “O Manifesto Comunista”, onde foi estabelecida as bases da doutrina comunista. Neste mesmo ano, Engels participou das Revoluções de 1848, na Alemanha, Bélgica e França e em 1850 regressou a Inglaterra.
Na década de 1850, Engels forneceu apoio financeiro para Marx escrever o primeiro volume da principal obra socialista “O Capital”. Após a morte de Marx (1883), Engels foi o responsável por escrever a continuação do segundo volume desta obra e redigir por completo o terceiro.
Em 1878, Engels escreveu o livro "Anti-Duhring", em que aponta para a necessidade da criação e implantação do socialismo científico em oposição ao socialismo utópico.
Fonte: SuaPesquisa
MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA
Manifesto publicado por Karl Marx e Friedrich Engels, em 1848
I - BURGUESES e PROLETÁRIOS
A história de toda a sociedade até aos nossos dias(*) mais não é do que a história da luta de classes.
(*) Ou mais exactamente a história escrita. Em 1847 a história da organização social que precedeu toda a história escrita, a pré-história, era quase desconhecida. Depois, Haxthausen descobriu, na Rússia, a propriedade comum da terra. Maurer demonstrou que ela é a base social de onde saiem historicamente todas as tribos alemães, e descobriu-se, pouco a pouco, que a comuna rural, com posse colectiva de terra, foi a forma primitiva da sociedade desde as Índias até à Irlanda. Finalmente a estrutura desta sociedade comunista primitiva pôs a nú o que ela tem de típico graças à descoberta decisiva de Morgan que deu a conhecer a natureza verdadeira da «gens» e o seu lugar na tribo. Com a dissolução destas comunidades primitivas começa a divisão da sociedade em classes distintas e, definitivamente, opostas (Nota de Engels).
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre-artesão e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, travaram uma guerra contínua, ora aberta, ora dessimulada, uma guerra que acabava sempre ou por uma transformação revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das duas classes em luta.
Nas primeiras épocas históricas, constatamos quase por toda a parte, uma organização complexa da sociedade em várias classes, uma escala hierarquizada de condições sociais. Na antiga Roma, encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores, vassalos, mestres, companheiros, servos, e, além disso, dentro de cada uma dessas classes, uma hierarquia particular.
A sociedade burguesa moderna, gerada nas ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Ela não fez mais do que substituir por novas classes, por novas condições de opressão e novas formas de luta, as que existiram outrora.
No entanto, o carácter distintivo da nossa época, da época da burguesia, é o de ter simplificado os antagonismos de classes. Cada vez mais a sociedade se dilui em dois vastos campos inimigos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.
Dos servos da Idade Média, nasceram os burgueses das primeiras comunas; desta população de burgueses sairam os primeiros elementos da burguesia.
A descoberta da América e a circum-navegação da África ofereceram à burguesia nascente um novo campo de accão. Os mercados da Índia e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e, em geral, das mercadorias imprimiram um impulso, desconhecido até então, ao comércio, à indústria, à navegação, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionário da sociedade feudal em decomposição. A antiga organização feudal da indústria, em que esta era circunscrita a corporações fechadas, já não podia satisfazer às necessidades que cresciam com a abertura de novos mercados. A manufactura a substituiu. A pequena burguesia industrial suplantou os mestres das corporações; a divisão do trabalho entre as diferentes corporações desapareceu diante da divisão do trabalho dentro da própria oficina.
Todavia, os mercados ampliavam-se cada vez mais: a procura de mercadorias aumentava sempre. A própria manufactura tornou-se insuficiente; então, o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial. A grande indústria moderna suplantou a manufactura; a média burguesia de manufacturação cedeu lugar aos milionários da indústria, aos chefes de verdadeiros exércitos industriais, aos burgueses modernos.
A grande indústria criou o mercado mundial preparado pela descoberta da América: O mercado mundial acelerou prodigiosamente o desenvolvimento do comércio, da navegação e dos meios de comunicação por terra. Este desenvolvimento reagiu por sua vez sobre a extensão da indústria; e, à medida que a indústria, o comércio, a navegação, as vias férreas se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando os seus capitais e relegando a segundo plano as classes legadas pela Idade Média.
Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de revoluções no modo de produção e de troca. [...]
Extraído do Manifesto do Partido Comunista, Marx - Engels, Coimbra, Editorial Centelha, 1974, pp 22 a 25
3 comentários:
VIVA O VERDADEIRO COMUNISMO E OS VERDADEIROS COMUNISTAS!
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Tom Phillsen
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Maya Martin
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