«A Angústia»
Crianças Judias num gueto em Szydlowiec, Polónia,
durante a ocupação nazista
582- «A ANGÚSTIA»
«É-nos impossível pensar com clareza acerca das crises da
cultura ocidental, acerca das origens e formas dos movimentos totalitários na
Europa Central e na repetição da guerra à escala do mundo, sem termos bem
presente no espírito que a Europa, após 1918, se achava ferida nos seus centros
vitais.
Reservas decisivas de inteligência, de têmpera nervosa, de
talento político, tinham sido aniquiladas.
A ideia satírica de Brecht e de Georges Grosz, segundo a
qual tinham sido assassinadas as crianças que não chegaram a nascer, tem um
sentido biológico concreto.
Perdeu-se todo um conjunto de potencialidades físicas e
mentais, de variantes e novas formas híbridas, excessivamente rico para o
podermos avaliar, em termos da preservação e da evolução posterior da humanidade
ocidental e das suas instituições.
Já numa acepção biológica, é verdade que estamos perante uma
cultura diminuída ou uma
pós-cultura».
George Steiner
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