«Um Lírio-Lua»
Poema de Ted Hughes
1073- «UM LÍRIO-LUA»
Maravilhosamente branco é o lírio-lua.
Mas isso não é tudo, oh não, continua.
Quando ele alcança sua plena altura
Mas antes que seu botão inchado apresente brancura
Achas que ouviste a voz de um fantasma em casa –
Ela sussurra e ri, então não é uma rata.
Na noite seguinte ela é uma alegre cantarola.
Vá olhar o teu lírio, verás um fio de pétala branca saindo para fora.
Na noite seguinte é uma cantoria – ao longe
Mas muito clara e doce, e onde quer que te encontres.
A voz está sempre no quarto ao lado.
Lá no jardim, teu lírio está desabrochado.
Por dias então, enquanto tua flor está cheia e orgulhosa
Aquela estranha voz feminina, gentil e feliz, não muito ruidosa,
Vem e vai na tua casa, ao longo da madrugada.
Até que uma noite – de repente – chora. Alguma coisa está errada!
E sabes, lá no jardim, antes de tua saída
A flor do lírio começa a ruir, sua cor de neve escurecida
Então vem as noites de silencioso choro, sem sono para ti
Até que o murchar de teu lírio já esteja no fim.
Ted Hughes
Ted Hughes
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