domingo, 13 de outubro de 2013

DOIS POEMAS DE MANUEL BANDEIRA

O poeta brasileiro Manuel Bandeira faleceu a 13 de Outubro de 1968.  Foi também crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro- Pode ler aqui- «POESIA BRASILEIRA», sobre vida e obra do autor. Os poemas de hoje são: «Epígrafe» e «Poema Dedicado a Camões»
Poet'anarquista
Manuel Bandeira
Poeta Brasileiro

EPÍGRAFE

Sou bem-nascido. Menino, 
Fui, como os demais, feliz. 
Depois, veio o mau destino 
E fez de mim o que quis. 

Veio o mau génio da vida 
Rompeu em meu coração, 
Levou tudo de vencida 
E rugia como um furacão! 

Turbou, partiu, abateu, 
Queimou sem razão nem dó - 
Ah, que dor! Magoado e só, 
- Só! - meu coração ardeu: 

Ardeu em gritos dementes 
Na sua paixão sombria... 
E dessas horas ardentes 
Ficou esta pouca cinza fria. 

Manuel Bandeira

«Antologia Poética»
Manuel Bandeira

POEMA DEDICADO A CAMÕES

Génio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa (que plantou a cruz em cada continente)

Não morrerá, sem poetas nem soldados,
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.

Bem haja: viva Portugal, viva o Brasil ( e abaixo o Oceano Atlântico!)

Manuel Bandeira

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