O poeta brasileiro Manuel Bandeira faleceu a 13 de Outubro de 1968. Foi também crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro- Pode ler aqui- «POESIA
BRASILEIRA», sobre vida e obra do autor. Os poemas de hoje são: «Epígrafe» e «Poema Dedicado a Camões».
Poet'anarquista
EPÍGRAFE
Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.
Veio o mau génio da vida
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida
E rugia como um furacão!
Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah, que dor! Magoado e só,
- Só! - meu coração ardeu:
Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta pouca cinza fria.
Manuel Bandeira
POEMA DEDICADO A CAMÕES
Génio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa (que plantou a cruz em cada continente)
Não morrerá, sem poetas nem soldados,
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.
Bem haja: viva Portugal, viva o Brasil ( e abaixo o Oceano Atlântico!)
Manuel Bandeira
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