quarta-feira, 9 de abril de 2014

«O AZAR», POR BAUDELAIRE

«O Azar»
Charles Baudelaire, por Félix Nadar

«O AZAR»

Com peso tal, não me ajeito; 
Dá-me, Sísifo, vigor! 
Embora eu tenha valor, 
A Arte é larga e o Tempo Estreito. 

Longe dos mortos lembrados, 
A um obscuro cemitério, 
Minh'alma , tambor funéreo, 
Vai rufar trechos magoados. 

— Há muitas jóias ocultas 
Na terra fria, sepulturas 
Onde não chega o alvião; 

Muita flor exala a medo 
Seus perfumes no degredo 
Da profunda solidão 

Charles Baudelaire

Por aqui:
Poet'anarquista

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