sexta-feira, 18 de abril de 2014

PELA VERDADE

Solidário com os militares de Abril que o Pacheco Pereira tratou de esquecer!

Alguns escrevem a história como lhes dá jeito, uma táctica da direita bastante conhecida. Como diz o amigo João Ribeiro, tem pelo menos 100 anos essa estratégia.

Graças a Deus, ainda estamos muitos vivos dessa altura!

Transcrição para o Poet'anarquista de um desabafo de João Andrade da Silva (Capitão de Abril e um dos intervenientes no processo revolucionário da reforma agrária, no Alentejo). Um abraço, João!
Poet'anarquista
João Andrade da Silva
Capitão de Abril

IGNORÂNCIA RELAPSA OU VIGARICE DE CRIME LESA HISTÓRIA 

O Ignorante relapso e transfuga politico do Pacheco Pereira e muita outra gente: os nadas da piolheira nacional pseudo-revolucionaria proto-fascista viu o filme «a hora da terra», onde intervenho aos minutos 2, 26 e 31, ou leu os livros dos latifundiários sobre a reforma agrária,ou sequer ouviu os trabalhadores. 

Todavia Sousa e Castro acusou-me de com o tenente Amílcar termos feito 50% da Reforma Agrária, há documentários na RTP1, agora o ignorante credenciado do Pacheco esquece-se, como outros miseráveis cúmplices de que talvez devêssemos estar por razões históricas entre os 200 seleccionados como o refere Raimundo Pedro Narciso: 

«Caro Andrade da Silva pediram-me hoje para sair no Diário de Notícias de amanhã, um comentário à lista de 200 pessoas escolhidas por Pacheco Pereira que tiveram assinalável papel entre o 25 de Abril de 74 e a aprovação da Constituição, quer a favor quer contra a revolução, para a exposição que abriu hoje na AR. A lista vem no Público e no Jornal i de hoje. Referi sobre a Reforma Agrária que faltava lá o teu nome, o do António Gervásio, o do José Soeiro, o do António Bica nomeadamente....» 

Vou travar esta Batalha pela história de Portugal contra os relapsos, os transfugas, os cúmplices dos roubos históricos, todos fazendo parte do chiqueiro nacional, onde querem enterrar o povo e a gente nobre e Honrada: TRAIDORES! 

Todavia este misero escriba se lesse os panfletos do seu partido de 1976 ,o MRRP, saberia que fui um militar incontornável da Reforma Agrária.

João Andrade da Silva
«A LEI DA TERRA»
DOCUMENTÁRIO/ 1977
    

3 comentários:

andrade da silva disse...

Bem-Hajas Kade, aquele abraço. O que fizeram com o povo alentejano.



O Ignorante relapso e transfuga politico do Pacheco Pereira e muita outra gente: os nadas da piolheira nacional pseudo-revolucionaria protofascista não viu o filme "a hora da terra", nunca, e , agora, este contra-revolucionário encartado e camuflado elimina da história do PREC, a reforma Agrária, e os actuais dirigentes políticos do Alentejo ficam impávidos perante tanta barbaridade, como, de certo modo ,tem acontecido com as mortes de Caravela e Casquinha.

Alentejo, Alentejo quem te viu quando o MFA era coração por aí e te vê,agora. Que diferença!

Abraços

andrade da silva

Camões disse...

Enganas-te sempre no meu nome, é Kabé que se escreve. Mas isso é só um mero pormenor... eu que tenho vários nomes, não me posso queixar.

CANTAR ALENTEJANO

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizao a viu morrer
Ceifeiras na manha fria
Flores na campa lhe vao pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que entao brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto nao findou
Quem viu morrer Catarina
Nao perdoa a quem matou
Aquela pomba tao branca
Todos a querem p'ra si
O Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
O Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

José Afonso

NO CAMPO DE TRIGO

Debaixo de um sol escaldante, abrasador,
Era assim o trabalho da ceifa no Alentejo…
Desde o nascer do dia, até o astro se pôr,
Mão e foice ceifavam o trigo com manejo.

As mãos calejadas da ceifeira portuguesa
Catarina Eufémia, trabalhadora de Baleizão,
Mulher corajosa e de forte determinação…
Líder do movimento rural, tal camponesa!

Personificação tenaz na luta pela liberdade,
Símbolo de dedicação aos grandes ideais…
Defendia os valores da justiça e igualdade,
Pão para todos, e melhores jornas salariais.

Todo o país estava em grande convulsão
Oprimido pelo regime do ditador Salazar…
Lutavam contra a repressão e exploração,
E condições mais dignas para se trabalhar.

No Alentejo, a greve e jornadas de luta
Faziam os empresários ter que recorrer
A gentes de fora para o trabalho se fazer…
Mão-de-obra barata era a sua permuta;

Descontentes, os camponeses abordaram
Grupo de trabalhadores recém-chegados…
Catarina disse: «porque não reivindicaram
Salários mais justos para os assalariados?»

Admoestada plo tenente Carrajola da GNR,
Não se intimida e responde com autoridade…
No mesmo instante, sem qualquer piedade,
Ouvem-se vários disparos, e Catarina morre!

No campo de trigo, já sem vida a campina,
Deixa três filhos e dentro de si outro leva...
O assassinato faz dela camponesa heroína,
Finalmente em paz, o seu espírito se eleva!

Matias José

Um abraço,João!

Anónimo disse...

Meu caro Kabé

Como sabes não é fácil para mim falar sobre a Reforma Agrária. No 25 de Abril de 74 estava em Angola e aí me mantive até Fevereiro de 77. E embora essa minha estadia em África me proporcionasse muitas e ricas experiências, a verdade é que perdi a extraordinária fase do início da Reforma Agrária em Portugal.

No entanto, e porque trabalhava no aeroporto de Luanda, tendo acesso fácil aos jornais de todo o mundo, o nome do teu ex-cunhado sempre ficou na minha lembrança como um dos militares que estiveram ao lado de quem procurava justiça.

E depois do meu regresso a Portugal, quando me inteirei melhor da forma como o processo correu, fiquei sem dúvidas sobre o papel do capitão Andrade da Silva no decorrer da Revolução.

Ele apenas é mais um dos que os "meninos politiqueiros" procuram apagar da História.

Quanto à lista das 200 pessoas da exposição da A.R. e dos seus autores - nem sei se vale a pena fazer-lhe referência - continuam a cumprir o papel que foram incumbidos.

Obrigado por enviares a mensagem.

J.R.