«Três Pilares da Economia Portuguesa»
Crisis?... What Crisis??
MOTE
Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.
António Aleixo
GLOSAS
1ª
Essa coisa do parecer
Tem muito que se lhe diga,
Haver quem à primeira consiga
Acertar no que está a ver.
P’lo aspecto não podes saber
Se é pessoa de bem, ou não,
O que vai dentro d’um coração
Só cada qual poderá revelar…
Diz o poeta pra desabafar:
«Sei que pareço um ladrão!»
Vistosos surgem emproados
Com o sentido à espreita,
Sem levantar a menor suspeita
São os mais conceituados.
Andam assim disfarçados
Os gatunos que desconheço,
Tudo roubam desde o começo
Mas ninguém por isso dá…
Tu não acreditas que os há,
«Mas há muitos que eu conheço!»
Passam por grandes senhores
Dentro de suas indumentárias...
Iludem-nos com técnicas várias
Esses intocáveis estupores!
Muito sabidos como actores
Na arte de representação,
Bem estudada a encenação
Ninguém deles mais desconfia…
Disse Aleixo, que os conhecia:
«Que não parecendo o que são…»
Julgar os outros pla aparência
Não é de todo acertado…
Anda meio mundo enganado,
Isto não é nenhuma ciência!
Trajados com conveniência
Enganam por qualquer preço,
Os larápios trocam d’adereço
E nunca se descobre a verdade…
Outros que roubam à vontade
«São aquilo que eu pareço!»
Matias José
2 comentários:
Muito boas décimas, amigo!
MUITO BOM!
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