O poeta escocês Robert Burns, também chamado de Rabbie Burns, nasceu em Alloway, Ayrshire, a 25 de
Janeiro de 1759. Os seus poemas pressupõem o romantismo e a comédia, simples e espontâneos, e a sua escrita poética é inspirada em temas como a aldeia, a natureza e os seus amores. Robert Burns faleceu aos 36 anos, em Dumfries, a 21 de Julho de 1796.
Poet'anarquista
Robert Burns
Poeta Escocês
SOBRE O POETA…
Romancista escocês nascido em Alloway, no condado de
Ayrshire, um pioneiro do romantismo europeu. O amor à natureza e às tradições
da sua Escócia natal, aliadas às dificuldades económicas que enfrentou na
adolescência motivaram a sua rebelião contra as condições sociais da época,
expressadas com vigor na sua obra, que também refletiu a sua vida boémia.
Poems, Chiefly in the Scottish Dialect (1786), cujo êxito fez
com que abandonasse os planos de emigrar
para a América, e Tam o'Shanter (1789), poema narrativo de carácter burlesco,
constituíram as suas obras mais valiosas.
Depois da segunda edição dos seus poemas, dedicou-se à
composição de canções populares e escreveu cerca de trezentas, que apareceram
em compilações de James Johnson e George Thomson. Algumas dessas composições
eram originais e outras haviam sido adaptadas do folclore tradicional escocês.
Em todas elas, contudo, apreciava-se um crescente interesse do poeta por
reflectir com realismo o espírito popular sem perder por isso o rigor poético.
Morreu aos 36 anos por doença, em Dumfries, Escócia.
Fonte: brasilescola.com/
ANA
Ai, vinho que ontem bebi
Escondido numa choupana,
quando em meu peito senti
os negros cabelos de Ana!
O judeu já no deserto
que bebia o que Deus mana
não sabia o mel oferto
nos lábios ardentes de Ana!
Reis, tomai o Leste e o Oeste,
desde o Indo até o Savana,
mas dai ao corpo que as veste
as formas trementes de Ana!
Encantos desdenharei
de imperatriz ou sultana
pelo prazer que darei
e tomarei só com Ana.
Vai-te, faustoso deus diurno!
Vai-te, pálida Diana!
Suma-se o claror nocturno,
quando eu me encontro com Ana!
Venha a noite em negro manto!
Sol, Lua, Estrelas, deixai-nos!
Só com, penas de anjo o encanto
direi dos gozos com Ana.
Robert Burns
CANÇÃO
Tenho mulher só pra mim
Não divido com ninguém
Ninguém vai me pôr chinfrim
Não ponho chifre em ninguém
Tenho um real pra gastar
Graças a quem? A ninguém
Não tenho nada a emprestar
Não empresto de ninguém
Eu não sou senhor de escravo
Nem escravo de ninguém
Com minha espada sou bravo
Mas sem ofensa a ninguém
Quero ser o alegre amigo
Sem tristeza por ninguém
Ninguém se importa comigo
Não me importo com ninguém
Robert Burns
MARY MORISON
Maria, assoma à janela:
chegou por fim o momento!
O teu sorriso empobrece
os oiros do avarento…
a moirejar noite e dia,
se como prémio tivesse
a minha doce Maria!
Ontem, ao som das violas,
a aldeia inteira bailava;
só eu, sem ouvir nem ver,
para ti, meu bem, voava…
nenhuma ali te vencia…
Eu, então, só me queixava
Não sois a minha Maria!
A quem por ti dera a vida,
vais, Maria, enlouquecer?
Ou rasgar-lhe o coração
sem culpa de bem-querer?
pena tem desta agonia…
Mal ficava ser cruel
à minha doce Maria!
Robert Burns
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