O pintor português Rolando Augusto Bebiano Vitorino Dantas
Pereira de Sá Nogueira, mais conhecido por Rolando Sá Nogueira, nasceu em
Lisboa, a 19 de Maio de 1921. Pertenceu à terceira geração de artistas do
modernismo português, tendo emergido no período de afirmação do neorrealismo e surrealismo. Na década de
sessenta tem aproximação à corrente da pop arte internacional, e nas décadas seguintes segue-se o expressionismo onde faz uma síntese dos trabalhos iniciais, descobrindo então outros caminhos narrativos. Rolando Sá Nogueira faleceu em Lisboa, a 18 de
Novembro de 2002.
Poet’anarquista
Rolando Sá Nogueira
Pintor Português
SOBRE O PINTOR…
Sá Nogueira – 1921-2002. Artista plástico natural de Lisboa,
Rolando Sá Nogueira estudou Pintura na Escola de Belas-Artes da capital,
expondo pela primeira vez em 1947, na II Exposição Geral de Artes Plásticas,
organizada sob a égide do Movimento de Unidade Democrática, em reacção contra a
política cultural do Estado Novo. É dentro da expressão social e combativa do
Neo-Realismo que começa por se afirmar. Presente em algumas importantes
exposições colectivas da década de 50, Sá Nogueira parte para Londres, onde
frequenta a Slade School of Art (1961-1964). O contacto com a realidade
artística britânica proporcionou-lhe uma compreensão actualizada do valor
semiótico dos elementos iconográficos, permitindo-lhe superar, a breve trecho,
a convenção pictórica a que se mantivera, até à data, mais ou menos fiel.
Nos primeiros anos da década, a sua obra evolui de um expressionismo ácido,
registado na distorção das figuras e do espaço, para um conceito
neo-figurativo. Este último tem afinidade com os temas e processos da Arte Pop
e interpreta elementos da realidade concreta, objectos e personagens, como
sinais de um código doravante liberto do ilusionismo mimético ou da convenção
narrativa. Este tipo de estratégia visual a dispersão no plano dos signos
visuais, figurativos ou abstractos, a concepção da tela como superfície
bidimensional, as variações aleatórias na escala dos elementos iconográficos.
As cores lisas e uniformes contrapondo-se às figuras modeladas concorrem ainda
para reforçar o sentido de ambiguidade narrativa, como um texto parcialmente
apagado e reescrito, alheio à ordem do sentido. A ideia de palimpsesto
reaparecerá ciclicamente no trabalho do artista.
Sá Nogueira, nomeadamente através da colagem, mas, sobretudo, a combinação de
pintura com técnicas de reprodução mecânica da imagem, através da impressão
fotográfica sobre tela. As cenas eróticas são parcialmente ocultadas na mancha
de cor ou desfiguradas no contraste da imagem em negativo, transferidas para a
tela. Sá Nogueira estabelece uma espécie de inventário, em réplicas
sucessivamente transfiguradas (na cor, no contorno, na sombra), de uma mesma
figura feminina reduzida a um sinal abstracto. Nos trabalhos dos anos 80 e 90,
recupera a linguagem expressionista num modo novamente mais pictural, com as
escorrências, os esboços parcialmente apagados e redesenhados, as manchas
informes de cor, na série de óleos, guaches e desenhos dedicada ao pintor
holandês do século XVII, Jan Steen.
Para além de pintor, Rolando Sá Nogueira foi também professor na Escola de
Belas-Artes do Porto e na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa,
tendo realizado numerosos trabalhos no âmbito do design (na concepção de
tapeçarias, vitrais e azulejos), da cenografia, da ilustração e da gravura.
Fonte: www.cordeirosgaleria.com/artistas
«Crianças Brincando»
Rolando Sá Nogueira
«Jardim Suspenso»
Rolando Sá Nogueira
«Figuras»
Rolando Sá Nogueira
«Fá-los Ouvir a tua Corneta, Negro»
Rolando Sá Nogueira
«Homem com Tambor»
Rolando Sá Nogueira
I- «Sem Título»
Rolando Sá Nogueira
II- «Sem Título» (?)
Rolando Sá Nogueira
III- «Sem Título» (?)
Rolando Sá Nogueira
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