segunda-feira, 18 de novembro de 2013

PINTURA - ROLANDO SÁ NOGUEIRA

O pintor português Rolando Augusto Bebiano Vitorino Dantas Pereira de Sá Nogueira, mais conhecido por Rolando Sá Nogueira, nasceu em Lisboa, a 19 de Maio de 1921. Pertenceu à terceira geração de artistas do modernismo português, tendo emergido no período de afirmação do neorrealismo e surrealismo. Na década de sessenta tem aproximação à corrente da pop arte internacional, e nas décadas seguintes segue-se o expressionismo onde faz uma síntese dos trabalhos iniciais, descobrindo então outros caminhos narrativos. Rolando Sá Nogueira faleceu em Lisboa, a 18 de Novembro de 2002.
Poet’anarquista
Rolando Sá Nogueira
   Pintor Português
SOBRE O PINTOR…

Sá Nogueira – 1921-2002. Artista plástico natural de Lisboa, Rolando Sá Nogueira estudou Pintura na Escola de Belas-Artes da capital, expondo pela primeira vez em 1947, na II Exposição Geral de Artes Plásticas, organizada sob a égide do Movimento de Unidade Democrática, em reacção contra a política cultural do Estado Novo. É dentro da expressão social e combativa do Neo-Realismo que começa por se afirmar. Presente em algumas importantes exposições colectivas da década de 50, Sá Nogueira parte para Londres, onde frequenta a Slade School of Art (1961-1964). O contacto com a realidade artística britânica proporcionou-lhe uma compreensão actualizada do valor semiótico dos elementos iconográficos, permitindo-lhe superar, a breve trecho, a convenção pictórica a que se mantivera, até à data, mais ou menos fiel. 

Nos primeiros anos da década, a sua obra evolui de um expressionismo ácido, registado na distorção das figuras e do espaço, para um conceito neo-figurativo. Este último tem afinidade com os temas e processos da Arte Pop e interpreta elementos da realidade concreta, objectos e personagens, como sinais de um código doravante liberto do ilusionismo mimético ou da convenção narrativa. Este tipo de estratégia visual a dispersão no plano dos signos visuais, figurativos ou abstractos, a concepção da tela como superfície bidimensional, as variações aleatórias na escala dos elementos iconográficos. As cores lisas e uniformes contrapondo-se às figuras modeladas concorrem ainda para reforçar o sentido de ambiguidade narrativa, como um texto parcialmente apagado e reescrito, alheio à ordem do sentido. A ideia de palimpsesto reaparecerá ciclicamente no trabalho do artista. 

Sá Nogueira, nomeadamente através da colagem, mas, sobretudo, a combinação de pintura com técnicas de reprodução mecânica da imagem, através da impressão fotográfica sobre tela. As cenas eróticas são parcialmente ocultadas na mancha de cor ou desfiguradas no contraste da imagem em negativo, transferidas para a tela. Sá Nogueira estabelece uma espécie de inventário, em réplicas sucessivamente transfiguradas (na cor, no contorno, na sombra), de uma mesma figura feminina reduzida a um sinal abstracto. Nos trabalhos dos anos 80 e 90, recupera a linguagem expressionista num modo novamente mais pictural, com as escorrências, os esboços parcialmente apagados e redesenhados, as manchas informes de cor, na série de óleos, guaches e desenhos dedicada ao pintor holandês do século XVII, Jan Steen. 

Para além de pintor, Rolando Sá Nogueira foi também professor na Escola de Belas-Artes do Porto e na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, tendo realizado numerosos trabalhos no âmbito do design (na concepção de tapeçarias, vitrais e azulejos), da cenografia, da ilustração e da gravura.
Fonte: www.cordeirosgaleria.com/artistas

«Crianças Brincando»
Rolando Sá Nogueira

«Jardim Suspenso»
Rolando Sá Nogueira

«Figuras»
Rolando Sá Nogueira

«Fá-los Ouvir a tua Corneta, Negro» 
Rolando Sá Nogueira

«Homem com Tambor»
Rolando Sá Nogueira

I- «Sem Título»
Rolando Sá Nogueira

II- «Sem Título» (?)
Rolando Sá Nogueira

III- «Sem Título» (?)
Rolando Sá Nogueira

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