«A Rela», conto poético por Matias José.
«A Rela»
Poética Popular
241- «A RELA»
Quase desidratada plo calor
No depósito d’água esvaziado,
Emergiu rela de castanha cor
Que aí havia pernoitado.
Depositei-a junto à hortelã
Virada ao sol de fim-de-tarde,
Para despertar pela manhã
E poder sentir-se em liberdade.
Resolveu ela (eu senti
mágoa?)
Ao mesmo sítio querer voltar…
Mas com o depósito raso d’ água
Não corria perigo em desidratar.
Surgiu do nada!... e logo saltou
Para a borda onde ficou segura,
Foi quando a dúvida se instalou:
Seria então a mesma criatura?
Aí permaneceu muito serena
Parecia até me conhecer,
E eu indagando sobre a cena:
És quem não deixei
morrer?
Logo de pronto fiz menção…
(Não sem antes me questionar)
Movimento rápido com a mão
E a rela castanha apanhar…?
De seguida observei: o ideal!...
Vou tentar bem de mansinho
Fazer-lhe festa no saco vocal,
Com o meu dedo mindinho.
Duvidei ainda desse intento…
Mas lá avancei com cautela
Nesse ténue movimento…
Finalmente acariciava a rela!
E o sucedido voltou a ter bis!...
No mesmo poiso à minha espera
Encontrava-se ela muito feliz!!
(Não se tratou duma quimera)
Matias José
Matias José
1 comentário:
LINDÍSSIMO!!!
BRAVO!!!
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