«Nocturno»
Romeu e Julieta/ Pintura de Madox Brown
280- «NOCTURNO»
Romeu, sério, chato e de chapéu
Na mão, frente ao portão com Julieta,
Conversa sobre amor — a Lua no céu,
Seu tédio, suas regras de etiqueta —,
Mas banalmente, coisa bem discreta,
Sem dar a mínima para o escarcéu
Do destino, enquanto, atrás da maçaneta...
Um golpe, um baque, outro baque, um réu!
O sangue até que cai bem no luar —
O herói ri; e assim, bem obliquamente,
Rola sobre a lua um íntimo olhar
(Nada de “Até depois” ou “Para sempre”)
E as moças, que se acabam de chorar,
Dizem: “Que clímax é esse, minha gente!”
T. S. Eliot
2 comentários:
Curioso, não conhecia nenhum soneto de T.S.Eliot. Obrigado pela partilha, caro poet'anarquista.
T. S. Eliot era um jovem escritor quando escreveu este soneto.
Cumprimentos
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