«O Artista»
Conto de Oscar Wilde
296- «O ARTISTA»
Um dia, despertou-lhe na alma o desejo de esculpir
uma
estátua do Prazer que dura um instante.
E partiu pelo mundo à procura do bronze,
porque ele só podia trabalhar o bronze.
Mas todo o bronze existente no mundo havia desaparecido
e em
nenhuma parte o metal seria encontrado,
a não ser na estátua da Dor que é
permanente.
E fora ele que, com as próprias mãos, fundira essa estátua,
erigindo-a no túmulo de alguém a quem muito amara na vida.
E na tumba da morta, que tanto amara, colocou a própria criação,
como um símbolo do amor masculino,
que é imortal,
e a dor humana, que dura a vida inteira.
E em todo o mundo não havia bronze,
a não ser o dessa estátua.
a não ser o dessa estátua.
Ele, então, retirou a estátua que moldará,
pô-la num grande forno, deixando-a derreter-se.
pô-la num grande forno, deixando-a derreter-se.
E com o bronze da estátua da Dor que é permanente,
fundiu a
do Prazer que dura um instante.
Oscar Wilde
Oscar Wilde
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