«Os Sinos»
Conto Poético de Raul Proença
509- «OS SINOS»
[Excerto]
Lede este simples conto, que vos dá
Muito singelamente,
A historia de uns amores como não há
Na época presente.
Era um vasto mosteiro o dessa terra linda
Onde vivia a flor dos beijos sensuais,
E respirava um ar da Idade Media, ainda,
A imponente altivez das graves catedrais.
Tinha uns sinos de bronze, uns sinos clangorosos,
Que em metálicos sons deitavam para os céus
Ora o encanto febril dos beijos voluptuosos,
Ora a amarga aflição do derradeiro adeus.
E em sua solidão soberana, ingente, estóica,
Levantando-se ao céu e dominando o vale,
Os sinos tinham sons duma doçura heróica,
Com soluços de bronze e risos de cristal.
Raul Proença
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