Castelo de Terena
Terena - Lenda da Boa Nova
TERENA
As origens da vila de Terena são muito antigas. O seu
primeiro foral foi concedido no século XIII, sendo elaborado pelo Cavaleiro D.
Gil Martins e sua mulher D. Maria João. Já no século XVI, em 10 de Outubro de
1514, o Rei D. Manuel I concedeu-lhe o Foral da leitura nova.
A vila de
Terena desempenhou um importante papel de defesa fronteiriça, através do seu
castelo, que integrava a linha de defesa do Guadiana. No seu território
desenvolveu-se desde tempos remotos o culto à Virgem Maria (possível fruto da
cristianização de cultos pagãos), sendo o seu Santuário, hoje chamado da Boa
Nova, já celebrado por Afonso X de Castela nas suas Cantigas de Santa Maria.
O concelho de
Terena, que abrangia as freguesias de Terena, Capelins e Santiago Maior, foi
extinto em 1836, estando desde então integrado no concelho de Alandroal.
Nesta vila decorre anualmente, no Domingo e Segunda-Feira de
Pascoela, a afamada e concorrida romaria de Nossa Senhora da Boa Nova.
LENDA DA BOA NOVA
Conta a lenda que a «fermosíssima» Maria, a tal dos
Lusíadas, princesa de Portugal, filha de D. Afonso IV, o Bravo, casada com o
rei de Castela, veio com uma comitiva pedir auxílio ao pai a mando de seu
marido que necessitava de travar a subida dos Mouros no seu território, mais
concretamente no Salado. Só que também consta que o sogro não gostava muito
dele por não ser um modelo de marido. Não há pai que goste de ver a sua filha
humilhada e muito menos um rei.
Depois do pedido de auxílio que não teve o resultado
desejado, a «fermosíssima» saíu da corte e já estava nas imediações
de Terena, quando chegou um emissário com a boa nova. Afinal o rei acabara por
repensar o seu não e decidiu-se por ir em auxílio do seu pouco fiel genro.
A princesa de Portugal e rainha de Castela num acto de
agradecimento e profunda religiosidade prometeu logo ali mandar construir uma
capela que perpetuasse tão boa nova. Assim se justifica a presença desta capela
a cerca de quilómetro e meio de Terena e que tem como orago Nossa Senhora da
Boa Nova. E assim é a lenda.
Na realidade, esta capela é um santuário mariano bastante
antigo, julgando-se que possa resultar da cristianização de cultos pagãos,
visto que nas imediações de Terena subsistem as ruínas do templo do deus
Endonvélico.
Fonte: Memória Portuguesa
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