«Ressurreição»
Pintura Portuguesa do Séc. XVI
Por Gregório Lopes
Pintura Portuguesa do Séc. XVI
Por Gregório Lopes
RESSURREIÇÃO
Senhor!
Eu bem Te vejo, apesar
da escuridão!
Inda me não tocou a Tua Mão,
mas bem a sinto, em meus cabelos,
numa carícia igual a um perfume ou um perdão.
Senhor!
Eu bem te vejo, apesar
da escuridão!
Que já se abriram cinco
Eu bem Te vejo, apesar
da escuridão!
Inda me não tocou a Tua Mão,
mas bem a sinto, em meus cabelos,
numa carícia igual a um perfume ou um perdão.
Senhor!
Eu bem te vejo, apesar
da escuridão!
Que já se abriram cinco
(ou cinquenta?
ou são quinhentas?)
Estrelinhas azuis no Céu azul
-as Tuas cinco, ou não sei quantas, feridas
lavadas pelas águas lá de Cima.
Vejo-Te ainda incerto e vago
como um desenho sumido,
mas esta é, Jesus, a última das noites.
Há já três
(não Te lembras, Senhor, das bofetadas
e dos cravos nos pés ?)
que Te pregaram numa cruz
e que morreste.
Até logo, Senhor!
ou são quinhentas?)
Estrelinhas azuis no Céu azul
-as Tuas cinco, ou não sei quantas, feridas
lavadas pelas águas lá de Cima.
Vejo-Te ainda incerto e vago
como um desenho sumido,
mas esta é, Jesus, a última das noites.
Há já três
(não Te lembras, Senhor, das bofetadas
e dos cravos nos pés ?)
que Te pregaram numa cruz
e que morreste.
Até logo, Senhor!
(Deixa ser longa a Noite e o Logo longo,
Que é de noite que eu seco os meus espinhos
e cavo, na minh'alma o Teu jardim.
Rompa tarde a Manhã de ao fim
de Tua-minha Noite derradeira.
- Não quero é que Te rasgues novamente,
quando, no terceiro Dia longe-perto,
Que é de noite que eu seco os meus espinhos
e cavo, na minh'alma o Teu jardim.
Rompa tarde a Manhã de ao fim
de Tua-minha Noite derradeira.
- Não quero é que Te rasgues novamente,
quando, no terceiro Dia longe-perto,
misericordiosamente,
ressuscitares em mim.)
ressuscitares em mim.)
Sebastião da Gama
(poeta português)
(poeta português)
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