«Soneto Íntimo»
Matias José
SONETO ÍNTIMO
Vês!... ninguém aqui quer saber demais,
De tanta sabedoria, tamanho infinita…
A ingratidão que vai ditando essa desdita,
Perde-se afinal, em tempos imemoriais!
Habitua-te, porque mal, inda te espera…
O Sábio neste mundo tão desprezível
Enfrenta a besta que dizem ser temível
Quando em Março
brotar Primavera;
Bebe então o sangue, de um jorro só!…
As cinzas ao vento misturadas no pó
Sobre as pedras da velha sepultura,
E tudo mais que o corpo for capaz…
Inerte, sossega numa estranha paz
Que teimosamente ainda perdura!!
Matias José
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